sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

NOEL ROSA:O POETA DA VILA FARIA HOJE 100 ANOS

Noel Rosa, o cronista do cotidiano
Um dos gênios da música popular brasileira se vivo estivesse faria hoje, 11 de dezembro, 100 anos. Noel de Medeiros Rosa nosso NOEL ROSA, foi sambista, cantor, compositor, bandolinista, violonista e autor de mais de 300 composições.Considerado um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil, Noel Rosa deixou sambas de morro e no “asfalto”que são sucessos até hoje.

A obra de Noel foi infinitamente grande.Ele deixou fãs órfãos com apenas 26 anos, vitima da tuberculose.Criado no bairro carioca de Vila Isabel, primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio São Bento. Ainda adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música — e pela atenção que ela lhe proporcionava logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca.

Em 1929,  arriscou as suas primeiras composições, Minha Viola e Toada do Céu, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de Com que roupa?, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa perguntou: "Com que roupa eu vou?" Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica

Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.

Entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.

Noel Rosa foi um artista de sucesso e de muitas parcerias. Em 1928 ele fez “Ingênua”, com Glauco Viana, sua primeira composição, porém, seu primeiro sucesso veio em 1929 com “Com que roupa?”. Depois seguiu compondo quase que freneticamente e os sucessos foram surgindo ano após ano e muitos deles num mesmo ano.

Entre os parceiros de Noel estavam  Lamartine Babo, Quidinho, Euclides Silveira, Gilberto Martins,João de Barro, Almirante, Henrique Brito, Ismael Silva, Francisco Alves, Nono, Alfredo Lopes, Walfrido Silva, Francisco Mattoso, Canuto, Ary Barroso,João Nogueira, Vadico,Silvio Caldas e tantos outros.Entre os muitos os sucessos de Noel Rosa citamos Gago apaixonado, Palpite, Três apitos, Você só...Mente, Dama do Cabaré, Feitiço da Vila, Com que roupa? etc.

                                           UM HOMEM APAIXONADO

Noel Rosa teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com Lindaura Medeiros Rosa, mas era apaixonado mesmo por Ceci (Juraci Correia de Araújo), a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza.

Doente, mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava para o samba, à bebida e o cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes.

Trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado, mas faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou Lindaura viúva e não foi pai de nenhum filho. Lindaura e dona Martha cuidaram dele até o fim. (Fonte: wikipédia).

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