sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Beleza e originalidade no "Auto dos Orixás"


                                                                                      (Fotos:Célia Leal)
A ancestralidade africana, beleza e força dos orixás e suas influências na cultura popular foram celebrados no espetáculo ‘Auto dos Orixás’ – todas as vidas são originalmente uma só vida, realizado na Praça do Ponto de Cem Réis, em João Pessoa, na noite do último domingo(20), dia da Consciência Negra. O evento foi realizado pelo Ateliê Multicultural Elioenai Gomes e Grupo Raízes, em sua programação do Mês da Consciência Negra.

                        A apresentação teve inicio às 20 horas, sem palco, artistas e público no mesmo plano, demarcado por quatro Ibás Guardiões (altares sagrados) com os quatro elementos da natureza (terra, fogo, água e ar) pontuando a saída dos bailarinos, cada orixá em seu elemento. O Raízes, grupo de percussão e dança afro indígena, concebido como produto cultural do Ateliê e laboratório de humanização conduziu todo o espetáculo ao som de cantos, atabaques e agogôs.
Com direção do artista visual paraibano Elioenai Gomes, o roteiro teve como foco o processo de humanização em contraponto à todos os tipos de intolerância e preconceito impregnados na memória povo brasileiro. Por outro lado, propôs a integração dos grupos de cultura popular de matriz africana e indígena como caminho de fortalecimento e resistência.
A dança dos Orixás, coreografada pela bailarina Dadá Santana, foi apresentada em torno da sabedoria ancestral, representada por uma contadora de estórias(educadora), que conduziu crianças à uma outra leitura sobre a África e suas influências na cultura  popular brasileira.


 O figurino foi concebido coletivamente pelo Grupo Raízes com base nas cores, símbolos e elementos de cada divindade e norteado pelo Projeto Reciclos, do Ateliê Multicultural, que propõe uma melhor qualidade de vida, através da redução do consumo, reutilização e reciclagem.  


O Auto dos Orixás contou com a presença de mais cem artistas da cultura popular paraibana, entre grupos, bailarinos e interpretes. Participaram o Coral Voz Ativa, Grupo Baticumlata, Tribo indígena Pele Vermelha, Tambores do Forte, Urso Amigo Batucada, Clube do Samba de Mesa, Circulo dos Tambores, Evelyne Vilhete, Tutu Carvalho, Gel Carvalho, Débora Vieira, Andila Nahusi, Danylo Aguiar, Laíla Alana, Severino Ramos e os grupos de capoeira Orum Aiyê, Escola Mukambu e Capoeira Angola Palmares entre outros.
 As comemorações do Mês da Consciência Negra continuam do Ateliê Multicultural no próximo dia 26, com o Projeto Casa de Bamba -  celebrando o Afro samba. Encerrando no dia 30 a abertura da Exposição ‘Talhado na Memória’, do fotógrafo paraibano Gustavo Moura, que há vinte e cinco anos registrou o Quilombo da Serra do Talhado, no município de Santa Luzia, no interior da Paraíba.


O Ateliê Multicultural fica na Ladeira da Borborema no Bairro do Varadouro, Centro Histórico da capital paraibana. O registro fotográfico do Auto dos Orixás e outras informações podem ser obtidas através do site www.ateliemulticultural.com.br ou pelo telefone 87309629.(Por Antonia Souza)

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