segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A RESENHA DO FESTIVAL DE AREIA

Embalada pelo “cheiro” da cultura concentrada na cidade de Areia-PB resolvi subir a serra brejeira, último sábado, para prestigiar o 12º Festival de Artes.Tava tudo muito bom.Tava tudo muito bem não fosse a ausência de hospedagem na cidade.Todos os locais disponibilizados estavam lotados e a solução foi mesmo pernoitar dentro do carro, no pátio do Colégio das Freiras e agüentar um frio de 16 graus.

Envolta ao meu edredon, como quem previa algo dessa natureza, meu pensamento voltou-se para o famoso Festival de Música de Woodstock, realizado em agosto de 1969 numa fazenda na cidade rural de Bethel, no estado de Nova York-EUA, onde os hippies e as pessoas recorriam a carros, kombis, gramas, bancos e em qualquer lugar para descansar um pouco e seguir acompanhando a programação do festival. Não foi igual, é claro, mas a ausência de infraestrutura num evento que reúne muita gente é, no mínimo, desesperador nos dias de hoje onde o espírito de paz e amor já não existe mais nas ruas de qualquer cidade.

Deixando de lado as devidas proporções, ressalto aqui a iniciativa do Governo do Estado, que é homem sensível à cultura de um modo geral e apreciador da cultura paraibana, principalmente, da decisão de realizar o festival que desde a sua primeira edição, há 35 anos, elevou a terra natal do pintor Pedro Américo ao status de cidade da cultura, hoje patrimônio da humanidade. O regionalismo do Festival de Artes de Areia de 2011, portanto, não desmereceu e nem deixou a desejar.

A participação de tantos talentos conhecidos regional e nacionalmente possibilitou a expansão do que chamamos de “cultura local” com o mesmo brilho de nomes nacionais e que tocam nos circuitos comerciais. Revelações como Toninho Borbo, Junior Cordeiro, não deixaram a desejar. A população jovem de Areia esteve presente ao festival e tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais da cultura paraibana ainda não revelada.

O empenho do secretário de Cultura Chico César e do Governo do Estado em descentralizar a cultura por toda a Paraíba já trás a certeza de que a qualidade estética e sonora que buscamos está no caminho certo. A beleza e alegria do Mestre Abel, que conduziu o Reisado de Zabelê até os 81 anos e a presença do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, com sua aula-espetáculo, fecham o festival com a certeza de que no próximo ano tem mais. Oxalá mais estruturado.

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