segunda-feira, 9 de julho de 2012

ESTAÇÃO DAS ARTES

Inaugurada há uma semana, a Estação das Artes, prédio que compõe o Complexo da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, registrou uma média de 250 visitas por dia, totalizando cerca de duas, mil até agora. O interesse do público se traduz em números devido aos grandes nomes do mundo das artes plásticas trazidos para a abertura da casa.

Obras de Frans Krajcberg, Francisco Brennand, Fred Svendsen e Clóvis Júnior adornam a Estação das Artes, da entrada ao salão expositivo. A maioria dos primeiros visitantes é formada por estudantes, que têm, nesta experiência, a oportunidade de vivenciar a arte de outra forma que não nos livros.

A preocupação em aliar cultura ao aprendizado estudantil, aliás, é uma constante no setor de Gestão Educacional. Segundo o assessor pedagógico da Estação, Pedro Henrique da Luz, o local tem a pretensão de ampliar o número de alunos, com o agendamento de mais escolas. “Em agosto, a cada turno, uma escola poderá conhecer as mostras da nova Estação”, disse.

A mostra “Natureza Extrema”, de autoria do ambientalista e artista plástico Frans Krajcberg, estará exposta no local até 16 de setembro. O trabalho é um grito contra o avançado desmatamento da Mata Atlântica, que reduziu nossas florestas a 7% da sua porção original. A exposição é composta por 24 fotos e esculturas de até 8 metros de altura, feitas a partir de restos de madeira queimada recolhida pelo próprio Krajcberg, nas redondezas da reserva onde mora, em Nova Viçosa (BA).

“Incrível como ele dá formas humanas a esses troncos! Moro em Nova York e nunca pensei que João Pessoa um dia se equipararia a grandes museus, com exposições desse porte”, disse o protético Arthur Lima. “Por esse caminho, João Pessoa tende a, quem sabe, no futuro, abrigar uma Bienal de Artes”, reforçou a bioquímica Neuza Cavalcante.

“Natureza Extrema” traz a João Pessoa o maior escultor vivo do mundo. “Seu exemplo de vida e, sobretudo, sua arte nos convidam a repensar nossa postura frente à natureza”, disse a curadora da Estação, Lúcia França.

Outras obras– No novo prédio, há também uma escultura de Fred Svendsen, intitulada “A Baleia”, duas do pernambucano Francisco Brennand (“Abutre”, em cerâmica, e “Fonte dos Desejos”, em bronze) e um painel do artista plástico Clóvis Júnior, chamado “Folclore Nordestino”.

A “Baleia”, de Svendsen, fica na rampa da entrada principal do novo prédio. Feita em liga de aço e carbono, é tridimensional e revestida com tinta automotiva, para evitar a corrosão. “Gostei de chegar aqui e ver as crianças montando e brincando nessa escultura. Acho que a essência da obra de arte é ser interativa”, defendeu o artista no dia da inauguração, em 29 de junho.

Descendente de dinamarqueses, o paraibano Svendsen já expôs nos Estados Unidos, Alemanha, Grécia, Portugal e Holanda, e tem obras no Museu de Arte de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Bahia e na Pinacoteca da Universidade Federal da Paraíba.

Clóvis Júnior– O painel do artista plástico Clóvis Junior está localizado no pavimento inferior do novo prédio e retrata o folclore e a cultura popular. É uma pintura feita em cerâmica queimada medindo 3m x 2,90m. “É no que sempre me inspiro: em João Pessoa, sua cultura, seu povo”, disse.

Nascido em Guarabira, Clóvis Júnior veio para João Pessoa aos 17 anos. Cursou Educação Artística na Universidade Federal da Paraíba e tem forte influência da arte naïf em seus trabalhos. Faz pinturas, gravuras e esculturas e conta com mais de 16 exposições internacionais e 35 mostras individuais pelo Brasil. Já ganhou diversos concursos pela ONU e tem cadeira cativa na Bienal Naïfs do Brasil.

Brennand– Francisco Brennand é ceramista, escultor, desenhista, pintor, tapeceiro, ilustrador e gravador. Iniciou sua formação em 1942, aprendendo a modelar com Abelardo da Hora. Em 1949, viajou para a França, onde descobriu na cerâmica seu principal meio de expressão. Realizou painéis e murais cerâmicos em várias cidades do Brasil e EUA. Em 1971, iniciou a restauração de uma velha olaria do pai, próxima a Recife, transformando-a em ateliê, onde expõe permanentemente objetos cerâmicos, painéis e esculturas.(Release).

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